CEOs do SoftBank Group e da NVIDIA Falam sobre Novidades no Setor de AI

por Brian Caulfield

Quer uma boa notícia? Em breve, a AI estará em todo lugar, e a melhor parte é que todo mundo poderá usá-la.

Na quarta-feira, 28 de outubro, o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, participou da apresentação do presidente e CEO do SoftBank Group Corp., Masayoshi Son, na conferência anual SoftBank World, mostrando como a AI pode ajudar a humanidade.

“Pela primeira vez, democratizaremos a programação de softwares”, afirmou Huang. “Você não precisa programar o computador; basta ensiná-lo.”

Son é um empresário, investidor e filantropo renomado que contribuiu significativamente para o desenvolvimento do setor de computadores, da internet e da computação móvel no Japão.

Uma Joia Tecnológica

A apresentação on-line foi realizada seis semanas após a NVIDIA concordar em adquirir a ARM do SoftBank em uma transação avaliada em US$ 40 bilhões. Na conversa com Son, Huang descreveu a ARM como “uma das joias preciosas do mundo da tecnologia” (assista ao vídeo abaixo).

“A aquisição da ARM pela NVIDIA faz muito sentido, porque assim poderemos garantir que a AI da NVIDIA será integrada à CPU no edge mais famosa do mundo”, declarou Huang, sentado ao lado da lareira de sua casa no Vale do Silício.

Há muitos anos, a ARM cede sua propriedade intelectual a diversos fornecedores de chipsets, que a implementam em vários softwares e sistemas em um chip (SoCs) diferentes, explicou Son.

Huang revelou que, após a fusão, a empresa “sem dúvida” continuará fazendo isso.

Um Ecossistema Único

“É claro que a CPU é fantástica, apresenta eficiência energética e está melhorando o tempo todo, graças a cientistas da computação incríveis que criam a melhor CPU do mundo”, afirmou Huang. “Mas o verdadeiro valor da ARM é seu ecossistema: as 500 empresas que usam os produtos da ARM atualmente.”

Esse ecossistema está crescendo rapidamente. Son declarou que, em breve, a empresa chegará à marca de um trilhão de sistemas em um chip vendidos. A disponibilização da AI da NVIDIA para os trilhões de chipsets “será uma combinação incrível”, comemorou Son.

“Nosso sonho é integrar a AI da NVIDIA ao ecossistema da ARM, e a única maneira de fazer isso é com nossos clientes, licenciados e parceiros existentes”, declarou Huang. “Gostaríamos de oferecer muito mais aos licenciados.”

Segundo Son, a ARM oferece conjuntos de ferramentas que possibilitam que empresas criem SoCs para aplicações totalmente diferentes, desde vídeo games e eletrodomésticos até robôs capazes de voar, correr ou nadar. Esses dispositivos, por sua vez, se comunicarão com a AI do cloud “e todos ficarão mais inteligentes”.

“É por isso que a aquisição da ARM pela NVIDIA faz tanto sentido, porque assim poderemos garantir que a AI da NVIDIA será integrada à CPU no edge mais famosa do mundo”, declarou Huang (assista ao vídeo abaixo).

“Inteligência em Escala”

Assim, ainda mais empresas poderão aproveitar o crescimento do setor de AI.

“A AI é um novo tipo de ciência da computação; o software, os chips e a metodologia são diferentes”, afirmou Huang.

É uma mudança gigante, Son concordou.

Son explicou que, primeiro, os computadores possibilitaram avanços nos cálculos. Depois, surgiu a capacidade de armazenar grandes volumes de dados e “agora, finalmente, os computadores serão os ouvidos e os olhos, capazes de reconhecer voz e fala.”

“É uma inteligência em escala”, Huang respondeu. “É por isso que esta era da AI é tão importante.”

Ampliando a Capacidade Humana

Son e Huang falaram sobre como empresas de todo o mundo, desde a AstraZeneca e a GlaxoSmithKline na descoberta de medicamentos até a American Express no setor bancário, a Walmart no varejo, a Microsoft no desenvolvimento de softwares e a Kubota no setor agrícola, estão adotando as ferramentas de AI da NVIDIA.

Huang mencionou uma nova geração de sistemas, chamados de sistemas de recomendação, que já estão ajudando humanos a tomar decisões diante das várias opções disponíveis on-line, desde as roupas que usam até as músicas que ouvem.

Segundo Huang e Son, esses sistemas, e a AI de modo mais amplo, são uma forma de ampliar a capacidade humana.

“Os seres humanos sempre estarão no ciclo”, afirmou Huang.

“No fundo, é nosso desejo ser gentil com outros humanos”, afirmou Son. “Usaremos a AI como uma ferramenta para nossa felicidade e alegria; os humanos escolherão quais recomendações aceitarão.”

“Máquinas em Constante Aprendizagem”

Esses sistemas inteligentes estão sendo incorporados ao mundo a nossa volta por meio de sistemas inteligentes e conectados, ou “AI no edge”, afirmou Son, o que funcionará juntamente com sistemas avançados de AI do cloud capazes de reunir dados de dispositivos do mundo real.

O resultado será um “ciclo de aprendizagem” ou “máquinas em constante aprendizagem”, afirmou Huang.

“O cloud reunirá informações da AI do edge, e ela se tornará cada vez mais inteligente”, declarou Son.

Democratizando a AI

Um dos resultados será, por fim, a democratização da computação, afirmou Huang. São poucas as pessoas que querem seguir a carreira de programador, mas “todos podem ensinar”, segundo Huang.

“Bastará você pedir ao computador uma solução para o que quer fazer”, respondeu Son. “Depois, o computador dará a solução e as ferramentas para resolver a situação.”

Essas ferramentas melhorarão os pontos fortes do Japão na engenharia de precisão e na manufatura.

“Chegou a era da AI para o Japão”, afirmou Huang.

Huang explicou como é possível otimizar continuamente uma fábrica digital em ferramentas como o NVIDIA Omniverse.

“A fábrica robótica terá robôs que criarão robôs na realidade virtual”, afirmou Huang. “Todo o processo será simulado e, quando você chegar ao trabalho, tudo estará mais otimizado do que no dia anterior.”

Depois disso, será possível criar uma cópia física da fábrica digital e otimizá-la continuamente com as lições aprendidas na virtual.

“É o conceito do metaverso”, afirmou Son, referindo-se ao mundo imaginário on-line do clássico de cyberpunk de 1992, “Snow Crash”, de Neal Stephenson.

“E agora ele está diante de nós”, complementou Huang.

Conectando Humanos entre Si

Além de ampliar a capacidade humana, a AI ajudará seres humanos a se conectarem entre si.

Em breve, as videoconferências serão responsáveis pela maior parte do tráfego da internet no mundo, afirmou Huang. O uso da AI para reconstruir as expressões faciais de uma pessoa pode “reduzir a largura de banda” em até dez vezes.

Ela também pode oferecer novos recursos, como a capacidade de uma pessoa fazer contato visual direto com 20 espectadores ao mesmo tempo ou a tradução de idiomas em tempo real.

“Assim, no futuro, você poderá conversar comigo em japonês e eu poderei conversar com você em inglês, e você ouvirá japonês, e eu, inglês”, afirmou Huang.

Possibilitando Grandes Sonhos

Com a união do discernimento humano à AI, máquinas adaptáveis e autônomas e equipes de pessoas próximas oferecerão a empreendedores, filantropos e outras empresas com “desejos ambiciosos e grandes sonhos” a capacidade de enfrentar desafios ainda mais difíceis, afirmou Huang.

Son explicou que a AI está contribuindo para o desenvolvimento de tecnologias capazes de identificar ataques cardíacos antes de eles ocorrerem, acelerar a descoberta de novos tratamentos para o câncer e acabar com acidentes de carros, entre outros.

“É uma grande ajuda”, afirmou Son. “Por isso, ficamos muito felizes em testemunhar essa revolução na AI.”

Assista ao vídeo completo abaixo.