NVIDIA Construirá Supercomputador Earth-2 Para Ver Nosso Futuro

por Jensen Huang

A Terra está esquentando. Os últimos sete anos devem ter sido os sete mais quentes já registrados. As emissões de gases do efeito estufa, por conta das atividades humanas, são responsáveis ​​por aproximadamente 1,1°C de aquecimento médio desde o período de 1850-1900.

O que estamos vivenciando é muito diferente da média global. Vivenciamos condições climáticas extremas: secas históricas, ondas de calor sem precedentes, furacões intensos, tempestades violentas e inundações catastróficas. Os desastres climáticos são a nova realidade.

Precisamos enfrentar a mudança climática agora. Ainda assim, não sentiremos o impacto de nossos esforços por décadas. É difícil mobilizar ações para algo tão distante no futuro. Mas devemos conhecer nosso futuro hoje, vê-lo e senti-lo, para que possamos agir com urgência.

Para tornar nosso futuro uma realidade hoje, a simulação é a resposta.

Para desenvolver as melhores estratégias de mitigação e adaptação, precisamos de modelos climáticos que possam prever o clima em diferentes regiões do globo ao longo das décadas.

Ao contrário da previsão do tempo, que basicamente modela a física atmosférica, os modelos climáticos são simulações de várias décadas que modelam a física, a química e a biologia da atmosfera, águas, gelo, terra e atividades humanas.

As simulações climáticas são configuradas hoje em resoluções de 10 a 100 quilômetros.

Mas é necessária uma resolução maior para modelar as mudanças no ciclo global da água: movimento da água do oceano, do gelo marinho, da superfície da terra e das águas subterrâneas através da atmosfera e das nuvens. Mudanças neste sistema levam a tempestades e secas cada vez mais intensas.

A resolução em escala de metro é necessária para simular nuvens que refletem a luz do sol de volta ao espaço. Os cientistas estimam que essas resoluções demandarão de milhões a bilhões de vezes mais poder de computação do que o que está disponível atualmente. Levaria décadas para conseguir isso por meio do curso normal dos avanços da computação, que aceleram 10 vezes a cada cinco anos.

Pela primeira vez, temos a tecnologia para fazer modelagem climática de ultra-alta resolução, para saltar para a velocidade da luz e prever mudanças nas condições climáticas extremas regionais daqui a décadas.

Podemos alcançar acelerações de milhões de vezes combinando três tecnologias: computação acelerada por GPU; deep learning e avanços em redes neurais informadas sobre a física; e supercomputadores de AI, junto com grandes quantidades de dados observados e modelo de aprendizado.

E com técnicas de super-resolução, podemos ter ao nosso alcance o salto necessário de bilhões de vezes para fazer modelagem climática de ultra-alta resolução. Países, cidades e vilas podem receber alertas antecipados para se adaptar e tornar as infraestruturas mais resilientes. E com previsões mais precisas, pessoas e nações agirão com mais urgência.

Portanto, vamos nos dedicar e utilizar nossos recursos mais importantes para direcionar a escala e a experiência da NVIDIA em ciências computacionais, para nos juntarmos à comunidade mundial de ciências do clima.

Na semana passada, na Apresentação de Abertura do GTC, a NVIDIA revelou planos para construir o mais poderoso supercomputador de AI do mundo dedicado a prever mudanças climáticas. Chamado de Earth-2, ou E-2, o sistema criaria um digital twin da Terra no Omniverse.

O sistema seria a contraparte relacionada à mudanças climáticas do Cambridge-1, o supercomputador de AI mais poderoso do mundo para pesquisa na área da saúde. Apresentamos o Cambridge-1 no início deste ano no Reino Unido e ele está sendo usado por várias empresas líderes na área da saúde.

Todas as tecnologias que inventamos até o momento são necessárias para tornar o Earth-2 possível. Não consigo imaginar um uso maior ou mais importante.